quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Qual é o (des)acordo?

       Porque há quem muito fale... fico eu com dúvida!

     É de âmbito paremiológico o 'Quem muito fala pouco acerta'. Mas, como ando em época de muitas dúvidas, lá vou à procura do que julgava saber. E releio:

    com (´)
  passado de
  verbos em -AR

   (louvar) louvámos, (amar) amámos,
   (gostar) gostámos, (achar) achámos

   Obs: Em variantes diferentes do português europeu padrão, pode suprimir-se o acento.

in página 41 (com remissão para a Base IX do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
[pp. 84-89, com as notas explicativas 5.1, 5.2.2, 5.2.4, 5.3, 5.4.1, 5.4.2 mais 5.4.3 nas páginas 125-134])

   Triste notícia esta para quem se queria ver livre do acento gráfico de "passamos / passámos", de "estudamos / estudámos", "trabalhamos" / trabalhámos". É que, no (des)acordo ortográfico presente, muito já se quer pôr (inclusive o que não tem). Ora, no que à distintividade diz respeito, é preciso algum acordo, para que não se instaure o 'diz que disse' ou o 'estou a dizer porque alguém me disse'. Respectivamente, distinga-se o presente do pretérito perfeito do indicativo, nos verbos da primeira declinação ('-ar') conjugados na primeira pessoa do plural - assim se lê na publicação da Imprensa Nacional casa da Moeda e numa publicação de um dos autores e defensores do Acordo Ortográfico. Creio que são estas as melhores referências. Tudo o mais são opiniões.

   É por isso que eu leio (a bem da variedade do Português do continente europeu), sem deixar de procurar entender o Português falado noutros continentes (a bem da comunicação e da comunhão desejada entre os da mesma língua, respeitadores do que ela tem na sua evolução e variação).

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