sexta-feira, 5 de outubro de 2012

acilbùper a aviv

    Em dia feriado (diz-se que será o último ano), há que celebrar o evento ao jeito que oficialmente colocaram a bandeira nacional.

    Hasteada (ao contrário) pelo Presidente da República, não sei se a bandeira é um sinal da situação em que o  país se encontra ou daquela em que ainda mais vai ficar (de cabeça para baixo). Símbolo das virtudes de um regime parece, por certo, não ser - ou, pelo menos, do modo como o estão a conduzir.
   De cabeça erguida estão os que podem e sempre puderam; esgotados estão os que nunca a tiveram nem a poderão ter, mesmo quando querem dar voz ao grito de desespero que os persegue. Também disso se fez o dia de hoje, com uma popular a ser barrada numa manifestação individual de mal-estar, que pretendeu ser um sinal do que muita outra gente sente, conforme se pôde ver no final do discurso (de fuga para a frente, mais propriamente de incitamento à educação, formação e qualificação) proferido por Cavaco Silva.
   Não vale a pena dizer que a república está despida, porque nada disso é novidade - a julgar pela iconografia da efeméride, é realidade consabida. Porém, está cada vez mais em condições de não ter corpo sequer para se vestir.

    Assim está um país de uma república mais do que centenária: com a bandeira verde-rubra para baixo e com uma música agónica que nem bandas nem tenores ou sopranos já abafam; a reviver uma forte condição de crise que não está muito distante da que motivou o aparecimento do regime. 

2 comentários:

  1. É curioso que, para além da figura feminina da República, duas mulheres deram rosto a dois episódios que marcaram este dia de 5 de outubro 2012 - uma de cinquenta e tal anos a protestar pela pobreza em que vive; a outra, mais jovem, a utilizar a sua voz para cantar/reclamar a necessidade de cidadania participada.

    Poderá ainda a República vestir-se de novas roupagens - sejam elas de homem ou de mulher? Deus queira que sim.

    Abraço
    M.

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  2. É verdade!
    A maior parte dos homens estava ocupada a fazer discursos de circunstância ou a bater palmas, qual reflexo condicionado pavloviano (isto para não falar daqueles que se foram juntar ao bando dos "cinco").
    Obrigado.
    Bj
    VO

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