Há cento e treze anos nascia, no Porto, José Gomes Ferreira; há mais de trinta escreveu versos que podiam ter sido hoje criados.
Diz-se que, no círculo de amigos, o autor de A Memória das palavras - ou o gosto de falar de mim (1965) proferia frequentemente a máxima "Até 2000 ainda espero... Depois desisto". Não chegou a atravessar o século por completo - nascido em 1900, morria em 1985 (a oito de fevereiro) -, ainda que o tenham apelidado de 'Um Homem do tamanho do século' (segundo um documentário televisivo realizado por António Cunha, para a RTP2).
Com a capacidade de os poetas verem mais longe a partir do que vivem, talvez José Gomes Ferreira fosse bem para lá do seu século (XX), a julgar pelo que deu a ler na composição transcrita:
Montagem do poema de José Gomes Ferreira com o óleo de Ana Paula Lopes,
com a imagem do autor (da série "Os Rostos da Escrita")
Para hoje a lembrança de um homem que viu um país perdido no seio da Europa. No século XX (e podia ser o XXI). Caso para dizer, "Acordai" para a mensagem do poeta.
Sem comentários:
Enviar um comentário