Cumpre-se, hoje, mais uma noite de passagem, junina: a da celebração de São João.
Tapeçaria segundo aguarela de Guilherme Camarinha (1912-1994), alusiva ao São João no Porto
(Câmara Municipal do Porto)
Tapeçaria segundo aguarela de Guilherme Camarinha (1912-1994), alusiva ao São João no Porto
(Câmara Municipal do Porto)
A natureza po-pular desta festivi-dade regista-se nu-ma pequena história que Germano Silva partilhou o ano pas-sado, na edição do dia 24 do Jornal de Notícias.
Data do século XIX a tentativa de fazer a festa com o "glamour" típico das "very important people", com ambiente selecionado. Não pegou, para bem de todos os que hoje celebram o santo.
A câmara municipal ainda se situava na que hoje é a Praça de D. Pedro, tendo sido mandados para o local sentinelas a circundar o espaço e a vedar o acesso, exceto a quem se apresentasse com traje de baile: casaca no masculino, vestido comprido nas damas e donzelas. A discriminação não foi do agrado popular, por ver quebrada a tradição festiva e a resposta não tardou: ausência de rusgas, instrumentos musicais silenciados, gargantas e bocas mudas. Junto às grades, a força popular acaba por derrubar as barreiras criadas.
Assim se cumpriu e reafirmou o festejo de um santo que não cultiva a diferenciação social e que vive das dinâmicas e motivações, de livre iniciativa, que qualquer um queira dar à festa (facto muito apreciado tanto pelos nacionais como pelos estrangeiros). É do Porto para o mundo.
Sem comentários:
Enviar um comentário