O espectáculo de há cerca de quinze dias foi mais completo...
Foi um facto. Música, poesia, canto, dança, declamação, reflexão...
Hoje é só a música e a voz, relembrando o "grito de alerta" que ficou, muito menos íntimo do que o sugerido nesta canção:
GRITO DE ALERTA
Primeiro você me azucrina
Me entorta a cabeça
Me bota na boca
Um gosto amargo de fel...Depois
Vem chorando desculpas
Assim meio pedindo
Querendo ganhar
Um bocado de mel...
Não vê que então eu me rasgo
Engasgo, engulo
Reflito e estendo a mão
E assim nossa vida
É um rio secando
As pedras cortando
E eu vou perguntando:
Até quando?...
São tantas coisinhas miúdas
Roendo, comendo
Arrasando aos poucos
Com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo
De gritos e gestos
Num jogo de culpa
Que faz tanto mal...
Não quero a razão
Pois eu sei
O quanto estou errado
E o quanto já fiz destruir
Só sinto no ar o momento
Em que o copo está cheio
E que já não dá mais
Pra engolir...
Veja bem!
Nosso caso
É uma porta entreaberta
E eu busquei
A palavra mais certa
Vê se entende
O meu grito de alerta
Veja bem!
É o amor agitando o meu coração
Há um lado carente
Dizendo que sim
E essa vida dá gente
Gritando que não...
É já bem antiga esta composição de Gonzaguinha, lançada e divulgada por Maria Bethânia e por uma novela brasileira intitulada "Água Viva". Corria o ano de 1980, um ano após o aparecimento da canção no álbum "Mel" da intérprete.
E fica a lembrança.
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