Em mundo altamente tecnológico, quando tudo parece estar sob controlo...
Fica aqui o episódio que mais parece insólito, ficção.
No meio de filmes que, por melhor que sejam, apelam à sensibilidade e mostram o lado mais triste das histórias, tenho vindo a desejar uma comédia que me faça sorrir.
A escolha recaiu em "Guia para um final feliz" (de David O. Russell), por recomendação inclusive de quem já o viu e o toma por imperdível. O mesmo se antevê neste registo:´
Primeira tentativa: a publicidade e os trailers dos filmes a estrear saem entrecortados por uma tela escura, a denunciar problemas na casa das máquinas; começa o filme e, após dez minutos de película, regressa a escuridão sem fim à vista, só com o som das réplicas em contínuo. O pedido de desculpa surge na voz de alguém que, acompanhado de um telemóvel, comunica com quem procura reparar o que é inusitado. A compreensão reina, enquanto se aguarda pela retoma do controlo da situação; porém, a tentativa de resolver a falha técnica sai gorada e o anúncio da devolução do dinheiro resulta na saída airosa para o que não se acredita muito como estando a acontecer. Nem parece deste tempo!
Segunda tentativa: a publicidade corre, os trailers dão a conhecer possibilidades de outros visionamentos (alguns a tomarem o sentido do compromisso) na grande tela; uma ou outra pausa com escuro provoca o riso, na lembrança do já vivido. Revê-se o início da comédia, reencontram-se as situações e personagens e... de novo... as falas sem as imagens. Regressa o homem do telemóvel e, mais uma vez, a história da falha técnica. Reclamações seguem o reparo de que há uma semana havia sucedido o mesmo, na mesma sala, com o mesmo filme. Há quem acrescente que, na quinta-feira anterior, também ocorrera o incidente, entretanto já encarado como indecente. Ainda há quem ensaie o registo cómico, dizendo que está provado que não temos direito a ter um "guia para um final feliz". Repete-se o episódio da devolução do dinheiro.
Não foi filme nem sequer ficção. Foi cenário para uma assumida desilusão.
... subsistem sinais de que ainda há muito a fazer, para nos libertar das imperfeições das máquinas (ou do Homem que as pretende controlar). Está provado que vou ter de procurar um "guia para um final feliz" num outro sítio (ainda que só de um filme se trate).
Ai, ai, como eu queria,
ResponderEliminarem filme que tanto quis
e que tanto ainda quero,
quebrar teimoso enguiço!
Talvez uma só ponte baste,
porque sobre as águas vai,
fazendo "pio-doce" feitiço…
Assim o que tanto quero e quis
poderá, finalmente, ser
Guia P'ra Um Final Feliz!
Tenho fé que, da próxima, a coisa vai! Afinal, diz o povo que não há duas sem três e à terceira vai de vez!
beijinho
IA
Tu tem cuidado com as pontes, que elas andam muito "quebradiças", para não falar daquelas que foram suprimidas, para nosso desencanto.
EliminarBj
Mas o que se passa, afinal
ResponderEliminarCom o filme no Dolce Vita?
Vai-se ao cinema duas vezes
E não se vê toda a fita?!
O início já se conhece
Até as falas se sabem de cor
O resto é que fica escondido
Com o ecrã a ganhar uma só cor
Será que o filme está completo
E terá mesmo feliz final?
Será por estarmos habituados
A que tantas coisas terminem mal?!
Um beijinho
M.
Querem pôr-nos malucos,
Eliminartal e qual a personagem.
Não nos dão o filme todo,
tiram-nos logo a imagem.
Chega o homem do telemóvel,
dá recados sem qualquer fruto.
Toda a sala incrédula, imóvel,
mantém o olhar na tela em luto.
Passadas já duas experiências,
há quem queira uma terceira.
Eu nem sei se já tenho coragem
de voltar à sala e à cadeira;
mais vale ficar de pé, à espera
que passe a história já conhecida.
Sem final feliz nem guia, desespera
quem tem mais que fazer na vida!
Beijinho.
Até amanhã.
Pois eu quero uma terceira,
ResponderEliminaracho justo e é direito!
Amanhã mesmo tentarei
outra sala sem defeito!
A compincha M alforriou-me,
disse para eu ir com o outro par!
Mas, na verdade,eu lá irei sozinha
ou queira alguém me acompanhar!
Beijinho
a Insistente IA