A prova de que as referências são relativas (muito relativas) é cada vez maior.
Foi lido, ficou a dúvida e o confronto fez-se. Vamos lá ver se alguém chega à luz.
Q: Consultei uma gramática e encontrei lá os exemplos "arruivado" e "emproado" para dar conta da formação de palavras por parassíntese. Considera que são bons exemplos? E, já agora, "desodorizar"?
R: Em apontamentos anteriores, chamei a atenção já para o facto de a parassíntese ser um processo típico para a formação de verbos denominais ou deadjetivais, com prefixo e sufixo simultâneos. O mesmo sucedeu com processos de formação sequenciais, com faseamentos distintos.
Ora, o caso de "arruivado" é um exemplo formado a partir da base "arruivar", pelo que se processa apenas derivação por sufixação na base considerada. De igual modo, "emproado" é obtido a partir de "emproar". Só as formas verbais mencionadas correspondem a casos de parassíntese, atendendo aos nomes / adjetivos que estiveram implicados na formação delas.
Ora, o caso de "arruivado" é um exemplo formado a partir da base "arruivar", pelo que se processa apenas derivação por sufixação na base considerada. De igual modo, "emproado" é obtido a partir de "emproar". Só as formas verbais mencionadas correspondem a casos de parassíntese, atendendo aos nomes / adjetivos que estiveram implicados na formação delas.
Quanto a "desodorizar", não se trata seguramente de parassíntese, pois só se obtém essa forma verbal com "odorizar"; daí, tratar-se de um caso de derivação por prefixação que sucede a um processo anterior, no qual uma base derivante nominal (odor) deu lugar a um verbo derivado por sufixação (odorIZAR).
A julgar pelo que esteja escrito na consulta feita, este é mais um caso morfológico que se revela crítico no que ao ensino-aprendizagem da gramática diz respeito.
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