segunda-feira, 11 de março de 2013

O poder do frango

      O poder criativo da língua tem algumas previsibilidades.

    Na estrada, à minha frente, uma carrinha circulava com destino a algum posto, armazém, talho, restaurante ou loja a fornecer. Fornecer o quê? Frangos.
      Ele há frangos para todos os gostos (desde os que se veem, por vezes, nos estádios de futebol aos franguinhos ou franganotes que se armam em chicos espertos e têm a mania que querem ser galos); mas os da carrinha são pintos da galinha já desenvolvidos, à espera de confeção e de prato, para consumidor que os aprecie.
      Para quem tenha dúvida na qualidade do produto, a empresa Lusiaves dá a conhecer novo vocábulo, entre a sonoridade similar com o 'francamente' e a derivação sufixal aplicada a partir de 'frango' (masculino que, pela transformação flexional típica em feminino, é base derivante para um advérbio criativo, na mesma lógica dos advérbios deadjetivais).
     Em termos fonético-fonológicos, poder-se-ia ainda falar do par mínimo representado nas oclusivas velares [k] e [g], para o contraste surdo / sonoro dos termos 'francamente / frangamente'.

      E no meio disto tudo, a criatividade linguística impõe-se, à custa do frango e no franco propósito de conquista de mais apreciadores.

4 comentários:

  1. Para que nada se perca e porque, como tu dizes, Vítor, a coincidência é muita, remeto para o comentário que deixei na Mariana, espaço onde tu também já comentaste:

    http://olamariana.blogspot.pt/2013/03/parece-frangamente-anedota.html#comment-form

    Ele há cada sintonia!...

    E estou à espera do tal jantarinho!
    beijinho
    IA(zinha)

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  2. E esta, hein? E eu a pensar que a palavra era em primeira mão!
    Fica a pena! Mas que não apareça no arroz que se há de então comer!

    Beijinho
    M.

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    Respostas
    1. Essa do frango associado ao arroz faz lembrar pica no chão.
      Já temos ementa!
      Bjinho.

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