domingo, 17 de março de 2013

Questões de tempo e sentimento.

     Da nostalgia ao prazer presente.

     O presente tem destas coisas: vive do instante, evoca o já passado, espera pelo que vem. 
     Depois das lembranças de ontem, o pedido é de um hoje para não haver futuro em separação.
   Com a voz de Héber Marques, os HMB (Joel Silva, na bateria; Daniel Lima, nos teclados; Fred Martinho, na guitarra, e Joel Xavier, no baixo) exploram sonoridades da música soul e do rythm and blues.
    Desde os valores mais políticos (que sugerem a emigração como saída para os jovens) aos que se tomem por mais pessoais (para bem das relações que queiram presente e futuro), esta canção faz todo o sentido.

Vídeo oficial de 'Não me deixes partir' - HMB

          NÃO ME DEIXES PARTIR

Fecho os olhos e imagino que não vivo mais, não vivo mais
E o que importa se louco sou
E somos desiguais, dizem os demais

Fui criança com pressa de crescer
Mas hoje a vida à força faz-me perceber
Que tudo a seu tempo tem o seu valor
Tudo a seu tempo tem o seu valor

Não, não me deixes partir
Sem entender o que temos aqui
Não, não me deixes partir
Sem entender o que temos nós dois

Quem sabe, de repente, faz-me um sinal
Apenas um sinal
Um gesto simples, não complicado nem ousado
Apenas um sinal

Fui criança com pressa de crescer
Mas hoje a vida à força faz-me perceber
Que tudo a seu tempo tem o seu valor
Tudo a seu tempo tem o seu valor

Não, não me deixes partir
Sem entender o que temos aqui
Não, não me deixes partir
Sem entender o que temos nós dois

       Um pedido, numa relação, insistente, para um presente que talvez dê futuro.

      Há quem diga que o presente não é tempo, de tão genérico que se vê. Nesta canção, ele é o tudo que existe entre um 'eu' e um 'tu' (combinados em 'nós'), num 'aqui' e num 'hoje' (que não se querem sós).

4 comentários:

  1. Pois, Vítor, o tempo tem destas coisas: seja efémero no presente, seja perdido no passado, seja incerto no futuro.
    Como Ricardo Reis diria, contentemo-nos com o presente - a dois, como na canção acima, ou a sós, como na versão de Ricardo Oliveira (belo este tema que cabe em todos os tempos!).

    http://www.youtube.com/watch?v=JI1L7YLLNDs

    Beijinho e um dia sem "nuvens que choraram"
    IA

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  2. Mas, se quiseres voltar um pouquinho mais atrás no tempo e "reouvir" uma versão mais rockeira, sem o cheirinho a jazz que a primeira tem, podes consolar-te aqui
    http://www.youtube.com/watch?v=S-1aFoAAhEc

    As nuvens continuam a chorar, mas noutro ritmo!
    beijinho e boa(s) música(s)
    IA

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    Respostas
    1. Obrigado, Isaura.
      UHF nunca foi das minhas preferências; daí que não haja consolo possível.
      Sozinho por sozinho, prefiro Taxi.
      Entre "ela não voltou" e "sentindo que ela vem", prefiro o último verso (nem que a referência seja apenas para a noite). Pelo menos, com a noite, vou podendo desligar, esquecer esta vida.
      Beijo.
      VO

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